sábado, 8 de novembro de 2014

Com toda a certeza, eu acho



Sinto inveja daquelas pessoas que têm certeza de tudo. A convicção delas me incomoda. Quando vejo uma entrevista de um ator/cantor/escritor e ele vem com aquela frase: “sempre tive certeza do que queria ser”, sinto-me diminuído na minha total incerteza. E passo o resto do dia me perguntando: como eles conseguem ser tão convictos?

Já quis ser jogador de futebol, roqueiro e ator. Hoje, com toda a incerteza do mundo, quero ser escritor. Comecei faculdade de Engenharia Elétrica, mas acabei me formando em Processamento de Dados e em História. Como assim: Processamento de Dados e História? Pois é. Só não fiz Medicina Veterinária porque tenho medo de sangue. Para ser sincero, nunca tive certeza da minha vocação e, pelo jeito, nunca terei.

Tomar uma decisão sempre foi um drama para mim. Só tenho certeza de três coisas na vida: torço pelo Cruzeiro, gosto de mulheres e sou Católico. No mais, impera a dúvida. Vou ficar com esta namorada ou aquela? Fico nesta cidade ou me mudo? Fico neste emprego ou procuro outro? Tomo cerveja ou vinho? Chuto para o gol ou toco a bola de lado?

Nossa vida não permite ensaio. Estamos ao vivo o tempo todo e não teremos outra chance. É segurar o medo, tomar fôlego e mergulhar no escuro. Quando as decisões precisam ser tomadas e as dúvidas aparecem, costumo tomar a decisão de me mexer. Sem certeza alguma, prefiro tentar. É melhor errar tentando do que não tentar. Eu acho. Eu acho...

Nenhum comentário:

Postar um comentário