Sinto inveja
daquelas pessoas que têm certeza de tudo. A convicção delas me incomoda. Quando
vejo uma entrevista de um ator/cantor/escritor e ele vem com aquela frase:
“sempre tive certeza do que queria ser”, sinto-me diminuído na minha total
incerteza. E passo o resto do dia me perguntando: como eles conseguem ser tão
convictos?
Já quis ser
jogador de futebol, roqueiro e ator. Hoje, com toda a incerteza do mundo, quero
ser escritor. Comecei faculdade de Engenharia Elétrica, mas acabei me formando
em Processamento de Dados e em História. Como assim: Processamento de Dados e
História? Pois é. Só não fiz Medicina Veterinária porque tenho medo de sangue.
Para ser sincero, nunca tive certeza da minha vocação e, pelo jeito, nunca
terei.
Tomar uma
decisão sempre foi um drama para mim. Só tenho certeza de três coisas na vida:
torço pelo Cruzeiro, gosto de mulheres e sou Católico. No mais, impera a
dúvida. Vou ficar com esta namorada ou aquela? Fico nesta cidade ou me mudo?
Fico neste emprego ou procuro outro? Tomo cerveja ou vinho? Chuto para o gol ou
toco a bola de lado?
Nossa vida
não permite ensaio. Estamos ao vivo o tempo todo e não teremos outra chance. É segurar
o medo, tomar fôlego e mergulhar no escuro. Quando as decisões precisam ser
tomadas e as dúvidas aparecem, costumo tomar a decisão de me mexer. Sem certeza
alguma, prefiro tentar. É melhor errar tentando do que não tentar. Eu acho. Eu
acho...
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