sábado, 28 de setembro de 2013

Menos fast, mais slow


              Você chega ao fim do dia com aquela sensação de que seu dia foi improdutivo. Lá pelas dez da noite você joga os braços para cima, solta um palavrão e diz chateado: poxa, não fiz nada que programei hoje.
              Calma, amigo. Isso é a coisa mais normal do mundo. Acontece com você, comigo, com seu chefe, com aquele seu colega ao lado que parece tão bom de serviço e com quase todos nós, sufocados pelos tantos estímulos e compromissos dos tempos modernos.
              Você olha ao redor e tem a frustrante sensação de que todas as pessoas parecem mais produtivas, mais resolvidas e com mais tempo que você. Bobagem. Estamos todos sofrendo com a falta de tempo. Falta de tempo é o grande mal dos nossos dias.
              O que fazer para sermos mais produtivos? O que fazer para fazermos mais?  O que fazer com nossas míseras 24 horas por dia? O que fazer?
              A solução talvez esteja em aceitar que somos imperfeitos, que não temos como abraçar o mundo. Como dizia Raul Seixas: “Saber que é humano, ridículo, limitado, que só usa dez por cento de sua cabeça animal...”
              Tomar consciência de nossas limitações já é um ótimo começo. O próximo passo, como sugestão, é ir na contramão do mundo: vamos ser mais lentos. Isso mesmo: vamos fazer as coisas mais devagar, com calma, com mais carinho, atenção e paciência. Menos fast, mais slow.
              Estamos muito rápidos, impacientes e superficiais. Vamos buscar ser mais lentos, pacientes e profundos.
              No fim do dia, quem sabe teremos a tranquilidade de dizermos a nós mesmos: fiz tão pouco hoje. Mas o pouco que fiz, foi bem feito. Assim, daremos um sorriso de autoconfiança e dormiremos com a sensação de dever cumprido.