Você
que está na correria da estação do metrô, pode olhar.
Você
que está no banco da praça, vendo o movimento da rua agitada, também pode.
Você
que está na fila do banco, pensando nas suas contas para pagar, olhe também.
Pessoas
de todo o mundo, não tenham vergonha: bundas foram feitas para serem vistas.
Afinal,
de nada valeria toda a produção, as horas perdidas nas academias, se as bundas
não fossem admiradas, queridas e desejadas.
Drummond,
certa vez, disse num poema:
“Não lhe importa o que vai pela
frente do corpo. A bunda basta-se.”
Mais
do que isso, acredito que uma bunda diz muito de seu dono. O caráter de uma
pessoa pode ser perfeitamente identificado por sua bunda. Podem estar certos do
que vou dizer: sua bunda fala muito de você.
Há
pessoas de bunda murcha, sem expressão, caída. São pessoas sem confiança,
desanimadas, tristes com a vida.
Por
outro lado, há pessoas de bunda empinada, chamativa, fazendo um ângulo perfeito
com o início das costas e o fim das pernas. Tenho certeza: foi daí que o Niemeyer
tirou a feliz ideia para suas famosas colunas. Pessoas assim são decididas,
cheias de si, com a autoestima a todo vapor.
Há
pessoas de bunda discreta, que tem potencial, mas que procuram não demonstrar. São
as pessoas acima da média. Bem sucedidas profissionalmente e reconhecidas por
sua inteligência. Mas com uma qualidade ainda maior: a simplicidade.
Há
pessoas com a bunda bonitinha, perfeitinha, não muito grande, mas que temos a
vontade irresistível de morder na hora que vemos. São pessoas carismáticas,
doces e envolventes.
E
por aí vai. Cada bunda é um rosto visto de costas.
Não
tenham vergonha: procurem observar ainda mais as bundas, todas que puderem.
Cada bunda traz a sua surpresa.
Tirem
a prova do que estou falando, olhar para as bundas alheias faz bem.