sábado, 21 de abril de 2012

O grande irmão zela por ti

            O facebook é um filho do mundo moderno: conectado-veloz-virtual.
            Para seus muitos defensores, veio para aproximar as pessoas. Para seus desafetos, muito pelo contrário, veio justamente para afastar ou vigiar as pessoas.
            Apesar da polêmica, hoje é muito difícil ficar alheio aos seus encantos.
            Quem entrou na aldeia facebook, sabe muito bem o que estou dizendo. Se a pessoa não se controlar, torna-se, rapidamente, dominada por ele. O brinquedinho é altamente viciante, como os jogos eletrônicos, a cachaça e outras drogas. Como tudo que é viciante, há sempre os dois lados: é gostoso, mas pode ser prejudicial.
            Portanto, tomem muito cuidado para não se viciarem e saírem cutucando quem não devem. Estou falando sério. Veja como estão as coisas por aí.
            O sujeito chega a sua casa, liga seu computador, conecta o facebook, vê as novidades dos outros e posta algumas mensagens. Passados uns dez minutos, percebe seu descuido e levanta-se da cadeira:
            __ Oi, meu bem, como você está? Como foi seu dia? Fiquei distraído no computador e nem vi que você já estava aí...
            Cinco minutos depois, não mais que isso, para não perder seu tempo precioso, o sujeito está de volta ao mundo facebook.
            Neste universo, de uma maneira muito mais fácil e rápida, você fica sabendo da vida de todos e comenta todas as postagens, pois quase todos seus amigos estão ali. Só mesmo uns poucos reacionários ainda não estão conectados.
            Claro, saber da vida alheia, desde os tempos primórdios é um de nossos maiores defeitos e, também, uma de nossas maiores delícias.
            Mais viciado que o tal esposo, está aquele que tem seu celular conectado à essa rede social. Este é um doente sem volta. Seu caso é grave.
            Quando o sujeito ainda consegue sair com os amigos, não consegue se desconectar. Na primeira oportunidade de se livrar das conversas chatas no bar, entra no facebook, pois ali sim, no mundo virtual, estão as pessoas mais interessantes. Lá estão seus verdadeiros amigos!
            Na mesa de bar, com seus amigos de carne e osso, tem sempre um chato que faz uma piadinha:
            __ Ei, largue este mundo virtual e venha conversar com a gente!
            O sujeito fica vermelho, sem graça, com aquela vontade de dar um murro no engraçadinho, mas deixa o celular na mesa, contrariado. Mas, quando os outros mudam de assunto, dá uma escapulida e vai ao banheiro para conectar-se escondido.
            Temos outro nível de viciado em facebook que é aquele que faz de seu perfil um verdadeiro Big Brother. É o facebook vigiando as pessoas ou são as pessoas gostando de serem vigiadas? Neste sentido, é uma faceta curiosa do livro “1984”, de George Orwell, quando o lendário personagem “Big Brother” dizia: “o Grande Irmão zela por ti".
            Não sei, não sei. Para mim, pior do que ser vigiado, é gostar de ser vigiado.
            É o caso do sujeito que faz um prato diferente no seu apartamento e logo posta a foto no facebook: “Olha, gente, o que estou comendo!” Ou, então, aquele que fica dizendo a todo instante sua localização: “Fulano fez check-in no restaurante tal”. Tem, também, aquela que publica desesperada: “Gente, quebrei minha unha!”.
            Meus quatro leitores, é impressão minha ou nosso mundo atual é um tanto esquisito? O facebook ao mesmo tempo que facilita a comunicação deixa as pessoas tão distantes. Eu, hein!
            Bom, está muito boa a conversa, mas vou ali me conectar. Afinal, eu também sou filho de Deus, né!
            Quem gostou, curte aí e compartilhe!
 

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