sábado, 31 de março de 2012

Sou! Mas... quem não é!

Enquanto isso em Chico City:
 
JOVEM: Pô, Haroldo, Pô! Já viu o cara novo que chegou na cidade? Pô!
HAROLDO: Eu não reparo em homem. Isso faz parte do meu passado. Agora, sou hetero. Sou machão!
JOVEM: É um tal de Chico, Haroldo. Você viu?
HAROLDO: E ele é bonito?
JOVEM: Pô, Haroldo! Tô falando sério, pô!
 
GASTÃO: Alberto Roberto, meu amigo, tá sabendo da novidade?
ALBERTO ROBERTO: Não.
GASTÃO: Do seu novo vizinho?
ALBERTO ROBERTO: Não.
GASTÃO: É um tal de Chico.
ALBERTO ROBERTO: E o que Alberto Roberto, o galã, tem com isso?
GASTÃO: Dizem que o Chico é ator. E dos bons!
ALBERTO ROBERTO: Ator bom aqui em Chico City, meu caro Gastão, é só Alberto Roberto.
GASTÃO: Dizem até que veio da Globo, Alberto. Acho que você vai perder seu posto.
ALBERTO ROBERTO: Eu não perco meu posto, jamais. Eu sou um símbalo sescual. Quer pagar pra ver?
GASTÃO: Eu não pago nada!
ALBERTO ROBERTO: Tá vendo, Gastão! Você não passa de um velho pão-duro!
GASTÃO: Pão duro, não! Eu sou controlado.
 
TAVARES: Deputado Juuusto Veríiiiissimo, tenho uma pra contar...
JUSTO VERÍSSIMO: Conte rápido, porque não tenho tempo a perder com pobre.
TAVARES: Chegou um políiiiitico novo na cidade...
JUSTO VERÍSSIMO: Você está bêbado, Tavares! Bêbado!
TAVARES: Deputado, eu bebi uma só... e sem exeeeemplo. É verdade o que digo.
JUSTO VERÍSSIMO: E quem é o infeliz?
TAVARES: É um tal de Chico... Chico Anysio!
JUSTO VERÍSSIMO: Chico? Quem é Chico? Com um nome desse só pode ser pobre. E eu tenho horror a pobre!
TAVARES: Deputado, dizem que... que ele é muito popular...
JUSTO VERÍSSIMO: Popular rima com pobre. Eu quero é que pobre se exploda!
TAVARES: Mas, deputado...
JUSTO VERÍSSIMO: Vou indo, Tavares. Vou indo. Não tenho mais tempo para pobres. Tavares, você e esse Chico não passam de uns pobres! E eu tenho horror a pobre!
TAVARES: Deputado! Depuuuutado! Eu sou! Mas... quem não é?

SALOMÉ: Delegado Matoso? Alô! Delegado?
DELEGADO MATOSO: Diga! EhEhEhhhh...
SALOMÉ: Aqui é Salomé! Salomé de Passo Fundo! Amiga da Dilma!
DELEGADO MATOSO: Eu sei, Salomé! O Delegado Matoso sabe tudo, Salomé! EhEhEhhhh...
SALOMÉ: Delegado, tem um homem novo na cidade. Delegado! Guri! Estou preocupada, entende? Ninguém sabe de onde veio e daí?
DELEGADO MATOSO: Fique tranquila, Salomé. Já levantei a ficha do cara.
SALOMÉ: E daí, guri?
DELEGADO MATOSO: É perigoso. EhEhEhhh... Tem mais utilidade que marido de aluguel! Muito perigoso!
SALOMÉ: Barbaridade, tchê!
DELEGADO MATOSO: Ele é ator, dublador, diretor, dramaturgo, compositor, escritor, pintor, comentarista esportivo e humorista. Muita serventia num homem só. Isso é perigoso! EhEhEhhh...
SALOMÉ: Minha Nossa Senhora Mãe de Deus, tchê!
DELEGADO MATOSO: Fique tranquila, Salomé. Estou de olho nele!
SALOMÉ: Vou rezar pra ti, Guri. Vou rezar. Tchau, Guri.
DELEGADO MATOSO: EhEhEhhh... Eu ainda acabo na Federal! EhEhEhhh...
 
PANTALEÃO: Meu amigo professor Raimundo, sente aí. Qual o motivo da honra de sua visita?
PROFESSOR RAIMUNDO: Estou preocupado, Pantaleão. Chegou um tal de Chico na cidade.
PANTALEÃO: Tô sabendo, Raimundo. Tô sabendo. Pedro Bó, busque uma água de coco pro professor.
PROFESSOR RAIMUNDO: Ele é professor, Pantaleão. Estou preocupado...
PANTALEÃO: Pois não fique. A última vez que chegou um professor de fora aqui em Chico City foi numa ocasião, em 1927...
PROFESSOR RAIMUNDO: E ficou muito tempo por aqui?
PANTALEÃO: Ficou não...
PROFESSOR RAIMUNDO: Mas por qual motivo, Pantaleão?
PANTALEÃO: Era muito inteligente...
PROFESSOR RAIMUNDO: Não entendi...
PANTALEÃO: Professor muito inteligente não fica em Chico City, Raimundo. O povo daqui é muito burro, sabe. Ele foi embora rapidinho daqui. É mentira, Terta?
TERTA: Verdade...
PROFESSOR RAIMUNDO: Vai comendo, Raimundo...
 
PEDRO FORTES: Para encerrar nosso programa, faço uma última pergunta para o novo morador de nossa cidade, Chico Anysio – o que você acha do casamento?
CHICO ANYSIO: Quem é casado com Maria há quarenta anos, não entende de casamento. Entende de Maria. Quem entende de casamento sou eu, que fui casamento seis vezes!
PEDRO FORTES: Nosso obrigado ao Chico Anysio. Com essa, encerramos nosso programa. Alegria, alegria, faça como eu: sorrrrria! Techau...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Você tem facebook?

            O homem só evolui por causa do amor. É assim desde o princípio. O progresso da ciência, as conquistas marítimas, as maravilhas da arte, tudo foi feito por ele. O amor é a maior inspiração da raça humana.
            Se não fosse pela necessidade da conquista amorosa, ainda estaríamos vivendo em cavernas. Mas para se mostrar interessante à sua amada, o homem foi à luta, dominou a natureza, conquistou mares, fez músicas, pinturas e poesias. Por causa do amor, o homem promove o que parece impossível.
            A arte da conquista foi sempre impulsionando a evolução dos tempos. A conquista é a razão de tudo. Afinal de contas, se não for criativo e inteligente, o homem fica para trás. A mulher, tão sensível e atenta às novidades, não cai em cantada velha. O homem precisa sempre de inovação para manter-se atraente.
            No começo foram os duelos. Para conquistar sua amada, o homem precisava ser forte, esperto e corajoso. Se preciso fosse, daria sua vida pelo amor. A mulher queria sentir-se protegida com seu macho.
            Tempos depois, o homem devia ser inspirado. A conquista dependia da beleza de sua poesia. Versos doces, rimados e apaixonados para conquistar seu amor. Mas não somente isso. O homem tinha de declamar seus versos com desenvoltura, paixão e talento. A mulher queria sentir emoção.
            Depois, vieram as serenatas apaixonadas sob a janela de sua bela, que encantada, devolvia sorrisos e suspiros aos carinhos de seu amor. A mulher queria sentir-se importante.
            Tivemos os bons tempos do footing nas praças e ruas, quando os rapazes desfilavam olhares interessados às passantes, nos fins de tarde saudosos de nossas tranquilas cidades de outrora. A mulher queria ser paquerada.
            Da metade do século XX para os nossos dias, a arte da conquista vem evoluindo muito rapidamente, como tudo nestes tempos tecnológicos. O homem, claro, não pode ficar no mesmo repertório. Precisa aprender sempre e rápido as novas técnicas de sucesso.
            Tivemos a cantada do cachorrinho: “O cachorrinho lindo tem nome?”
            Tivemos a tentativa da tatuagem: “Posso ver sua tatuagem?”
            Até chegarmos ao telefone, muitas vezes infalível: “Moça bonita, pode me dar seu telefone?”
            Ultimamente, os torpedos de guardanapos dos bares também foram um recurso importante para os conquistadores.
            Hoje, no século XXI, vivemos o tempo das redes sociais: Orkut, Facebook, Twitter e outras que aparecem todos os dias.
            O homem, coitado, se quiser continuar atraente, precisa estar atento. Não deve ser pego de surpresa, jamais. Logo na primeira oportunidade, depois de meia dúzia de frases, é bom logo perguntar: “Você tem facebook?”
            Se ela disser que não, pode esfriar a conversa, pois não vai adiantar. Se ela disser que sim e aceitar você como amigo, pode ficar feliz, pois a porta está aberta.
            Agora, amigo, é com você! Use de sua criatividade, inteligência e repertório de conquista.
            Nos tempos de hoje, muito mais do que antes, a mulher precisa, quer e busca um homem de seu tempo.